Um dos meus filhos me contou que no Rio de Janeiro, há pouco tempo...

E eu me lembrei da parábola do rico (Lucas 16,19-31), belíssima, que faz tremer os poderosos.

É a única parábola que Jesus dá nomes ás pessoas. Jesus dá nome ao pobre e não ao rico. Lázaro tem nome Graças a Deus. O Evangelho dá nome ao pobre, o rico não tem, é só um rico. Eu sei que tem ricos que são santos, mas infelizmente a grande maioria nesse país ainda não conhece a santidade da partilha e da verdade.

Essa parábola é muito forte.

Eu meditava... Ah! Se esse rico soubesse o que lhe iria acontecer depois da morte...

Ele pediu uma gota sobre a sua boca: - Manda Lázaro jogar uma gota d’água na minha boca porque eu estou num lugar de calor muito forte.

Se ele soubesse que esse mesmo pobre estava batendo na sua porta todos os dias enquanto eles se banqueteavam. Sabe o que ele teria feito? Ele teria lambido as chagas de Lázaro, ele teria! Se ele soubesse o que lhe havia de acontecer ele lamberia as chagas de Lázaro. Agora do outro lado, como diz o Evangelho, no seio de Abraão, nem a gota d’água ele pode ter.

E eu me lembrei de quando meu filho disse que um pobre bateu na porte de um homem de classe média alta, pediu comida e o homem bem de vida lhe deu um prato.

Quando ele começou a comer ele encontrou palito de dente, ossos, guardanapo... Conforme ele foi mexendo na comida ele foi encontrando palito de dente, guardanapo, ossos já comidos... É claro que esse homem deu restos. Pegou os restos dos pratos e deu para ele. E quando esse homem que fez isso viu, ele sentiu no coração um tremor muito grande.

E os sentimentos? É duro, né? Imagina você começar a comer e encontrar palitos de dentes, guardanapo... Mas é assim que os pobres são tratados."

Pe Roberto Lettieri, Ao Altar dos Pobres - 07/10/2007 XVIII Tocão
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